Diogo Nomura
Filho primogênito de Hidekichi Nomura, agrônomo que chegou ao Brasil em 1911, e Teru Nomura, ao dia 3 de março de 1920, Diogo Nomura nasce em Registro, cidade onde a família se estabeleceu.
Até os 12 anos, a grande distância da escola impedia que pudesse estudar regularmente. Trabalhando para manter os estudos, teve que abandonar o curso de Engenharia da Faculdade Politécnica da USP. Depois ingressou em Odontologia, formando-se na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo na turma de 1945.
Assim, estabeleceu um consultório na cidade de Marília, onde se casou com Nobuko Umeda Nomura e teve três filhos. Dentre eles, Aurélio Nomura.
Sua carreira política foi longa. Iniciou em 14 de outubro de 1951, quando foi eleito vereador em Marília pelo Partido Social Progressista (PSP). Foi líder do partido entre 1952 e 1955. Na sessão legislativa de 1954 foi presidente da Câmara Municipal.
Ao final desse período foi forçado a afastar-se temporariamente da política devido a um infarto, e assim não disputou reeleição.
Oito anos depois foi eleito deputado estadual por São Paulo, pelo Partido Republicano (PR). Durante esse mandato, continuou com seus estudos, se formando em Direito, pela Faculdade de São José dos Campos, turma de 1965. Na década de 1960 as relações entre Japão e Brasil ganharam força com o intenso intercâmbio diplomático, cultural e econômico estabelecidos entre os dois países: foram assinados muitos convênios. Nessa época chegaram ao Brasil muitas empresas japonesas.
No final de 1964 integrou a missão parlamentar que visitou o Japão e a República da China a convite de seus governantes. Ao regressar, destacou a calorosa recepção das autoridades locais e relacionou as “empresas do Parque Industrial Nipônico” estabelecidas no Brasil: Ishikawajima Harima (estaleiro e hidrelétricas) na Guanabara; Yanmar Diesel (motores) em Indaiatuba; a Kubota em Piraporinha; a Indústria de Tratores Marukiyu; Morinaga (café solúvel); Sony (eletrônicos); e o Bank of Tokyo.
Com a instauração do bipartidarismo em 1966, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Reelegeu-se em 15 de novembro desse ano e quatro anos depois elegeu-se deputado federal, tendo sido reeleito cinco vezes para esse cargo e permanecendo na função até 1995.
Na Câmara Federal chegou a presidir a Comissão de Relações Exteriores e a ocupar a liderança da bancada federal, pela Arena. Foi também membro fundador e diretor dos grupos criados com a finalidade de estreitar as relações do Brasil com a Alemanha, Itália, Coréia, Taiwan, Japão, Paquistão e outros. E exerceu a vice-presidência do grupo parlamentar Brasil-Japão.
Participou de diversas missões oficiais ao exterior, estando em mais de dez países, com destaque para o Japão, onde foi como membro das comitivas dos presidentes Ernesto Geisel (1976) e João Figueiredo (1984), e coordenou a visita do governador Paulo Maluf (1981). Realizou dezenas de conferências e simpósios no Brasil e no exterior e também participou da elaboração dos Convênios da Fraternidade, realizados entre o estado de São Paulo com a província de Gunma, Santa Catarina com Aomori, Mato Grosso do Sul com Okinawa, e Rio Grande do Sul com Shiga. Por vários anos comemorou o aniversário da imigração japonesa, apresentando votos de congratulações à colônia.
Diogo Nomura prestou homenagem a Ryo midzuno (Ryu Mizuno), o herói da imigração, que veio em viagem passando pelo Chile e Argentina. Mizuno chegou ao Brasil em 1906 e esteve com autoridades do governo central e de São Paulo a fim de realizar as mudanças na legislação para promover a imigração japonesa. Em 1907, a Companhia Imperial de Emigração e a Secretaria de Agricultura de São Paulo assinaram um contrato que objetivava a chegada de 3.000 japoneses ao longo de três anos. A vinda do Kasato-maru, com 781 imigrantes, concretizou essas negociações. Mizuno ainda teve importante participação no processo de estabelecimento dos imigrantes em São Paulo.
Veio a falecer no dia 19 de maio de 2005.
Fonte: Os nikkeis na Assembléia de São Paulo